quarta-feira, 18 de agosto de 2010
SAUDADES DAS GAMELAS
foto da casinha que morei
Fui as Gamelas
Pra matar a saudade
Do tempo de criança
Momentos de felicidade
Aonde muito brinquei
Na minha mocidade
Avistei a casinha
O meu doce recanto
Aonde eu vivi
Meu tempo de encanto
Hoje ainda de pé
Me inspirou este canto
Gamelas meu torrão
Aonde eu corria
Bem cedinho no terreiro
Naquelas manhãs frias
Aonde não tinha tristeza
Era só alegria
Pegava a baladeira
E saia pra caçar
E pela tardinha
Gostava de pescar
E a noite no terreiro
Admirava o luar
Eu era inocente
Não tinha malícia
De minha avó recebia
Amor e carícia
E minha vida se tornava
uma grande delicia
quando era sábado
vínhamos pra cidade
Comprar mantimentos
Oh que felicidades!
Mas voltar pra casa
Era a minha vontade
Era lindo o amanhecer
Naquele belo sertão
Não sabia o que era tristeza
Em meu coração
Pois tinha tudo que queria
E que me dava emoção
Adorava de manhã
Do curral ver o gado
De minha avó e mãe
Receber um agrado
E correr pelo terreiro
Brincando adoidado
Quando tinha inverno
Que a chuva começava a cair
E ficava ansioso esperando
O lindo sol quente no céu sair
Para ver os riachos correrem
Que muito me fazia sorrir
Na serra do Luciano
O gado eu ia buscar
Ao lado do meu tio
Ia só pra acompanhar
Pois sentia-me feliz
Querendo ajudar
Tomar banho de açude
Era minha diversão
E minha avó com cuidado
Me fazia a recomendação
Não vá lá pro fundo
Você não sabe nadar não
Adorava o amanhecer
Para ver os animais
As galinhas, capotes
E muitos outros mais
Nisso bateu a tristeza
E uma saudade demais
Hoje está deserto
Aquele lindo lugar
Mas ainda pude ouvir
O canto do sabiá
E uma marreca voando
Aos arredores de lá
Minha avó contava histórias
Do seu tempo de criança
E mãe numa redinha
Junto a mim se balança
Era um tempo fagueiro
Que não me sai da lembrança
A casa grande da titia
Uma parte veio ao chão
Atravessei o riacho
E me bateu uma comoção
Pois era naquele local
Aonde eu brincava com emoção
Passei no juazeiro
Onde brincava todo dia
Num mundo mundo particular
Feito de sonho e magia
Aonde eu era feliz
E não faltava a alegria
Fui olhar o açude
Onde muito me banhei
E o vi desprezado
Oh quanto chorei
Não pude fazer nada
Logo me retirei
E Janete Minha gatinha
Que eu muito amava
E queria muito bem
Era muito mimada
Pegava ratos, passarinhos
Não lhe escapava nada
Assim que pisei o pé
Naquele doce chão
Me transportei rápido
Ao mundo de recordação
Só via aquela criança
Sem maldade no coração
Guardei tudo na mente
O que vi neste momento
Pois o tempo foi cruel
E passou feito um vento
Levando as coisas boas
Deixando só o lamento
Vi os Belizários
Serra do Luciano
A casa de Jonas
Que ele vinha todo ano
E a casinha que morei
Com as graças do soberano
O meu adeus as Gamelas
Foi Duro de dar
Hoje sou adulto
E lá não posso voltar
Pois o dono é outro
E lá não posso ficar
Gamelas ficou bem guardada
Num cantinho do meu coração
De um recanto que me acolheu
Num momento repleto de emoção
A minha infância querida
De doce e bela recordação.
Israel Batista
Assinar:
Postar comentários (Atom)
VALEU POETA MAIS UM EXCELENTE TRABALHO; MOSTROU EM DUAS FORMAS O SENTIMENTO POR UMA BELA ÉPOCA VIVIDA. E NA IMAGEM, SÃO URUBÚS?
ResponderExcluir