segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A História dos Hinos


Quando eu estava na Igreja Batista do Marapé (Santos), eu organizava um evento de música instrumental, junto com um amigo. A idéia do instrumental era incentivar os músicos da igreja a se aprimorarem e a produzirem arranjos e composições novas, além de ser uma porta aberta para pessoas que normalmente não entrariam na igreja.
Um desses instrumentais (Marapé & Cia em acordes), foi um especial sobre o hinário, e na abertura do evento, nós escrevemos esse texto abaixo, que gostaria de compartilhando com vocês!

"Com o fim do império Romano, e seu território subdivido, a Igreja Católica estabeleceu uma forma padrão de culto e liturgia, evitado assim que os diferentes costumes e regionalismos partissem também a igreja.
Por volta do séc. VIII, o papa Gregório I estabeleu como deveria ser a música usada na igreja (os cantos gregorianos). A música deveria ser cantada em Latim, sem acompanhamento de instrumentos, somente por homens, e todos em uníssono (cantando a mesma coisa).
Com o passar dos anos (e dos séculos), pouco a pouco essa forma foi sendo quebrada, dando origem a novas formas como o organum, o conductus, entre outros (Ars Antiqua). Aos poucos, foi-se inserindo novos elementos e divisas nas músicas (acompanhamento do órgão, divisa de vozes etc).
Porém, foi por volta do século XII, na escola de música da catedral de Notre Dame (França), que aconteceram os maiores avanços. Surge uma nova forma de música (Ars Nova) baseada na pólifonia e no contraponto, ou seja, música formada por diferentes vozes.
Essa evolução caminhou até a Renascença (Séc XVI), onde chegaram a ter composições com mais de 60 vozes diferentes (com melodias e letras diferentes), misturando letras sacras e profonas. A forma e a estética músical era o mais importante, e não o seu conteúdo.
Foi nesse cenário "musical" que surgiu a reforma protestante, propondo uma nova forma de culto, onde as pessoas deveriam participar, e não simplesmente assistí-lo. Surge então o conceito de música congregacional, músicas simples de fácil execução e memorização para todos cantarem.
No período da Renascença, os hinos eram feitos em cima de melodias folclóricas e profanas (não religiosas), onde colocavam uma letra cristã sobre a música original. Desse modo, as pessoas aprendiam e memorizavam as músicas rapidamente, e conseguiam cantar junto com a congregação. Dois exemplos são “Castelo Forte”, feito em 1523 por Martinho Lutero, e “Quem é este menino”, baseado na melodia de Greensleaves.
Por volta do Séc. XVIII, o piano começa a ser usado no lugar do órgão e do cravo, dando a forma tradicionalmente ultilizada até os dias de hoje (piano e voz).


Apesar da simplicidade das melodias e harmonias, os hinos são uma grande fonte de inspiração, tanto musical, quanto espiritual. Suas letras tem abençoado a vida de muitas pessoas, até os dias de hoje.


Renan Alencar de Carvalho e Filippe Farias de Souza"
http://renan-alencar.blogspot.com/

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