sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Somente um texto ou seria um trecho?

Correr os olhos sobre as montanhas azuis, abraçar o sol numa manhã onde tudo é quase perfeito, ouvir os pássaros assobiando o meu pranto que colheram durante a noite, será que ainda encontraria alguma flor perfumando este ar sombrio de dor?
Perder a pressa de ter um momento de tua solitude.
Ah! a juventude que nada juntou,  e jurou que um dia ia ver teus olhos derramarem a última lágrima para curar todas as nossas feridas, sorrindo deixei cair meu pranto que hoje não vejo mais como espanto ou seria um espantalho, bobo espantado de braços esticados, tentando espantar as criaturas nefastas que de longe vem passar como quem quer colher algum fruto maduro do pomar, mas tão logo verei o mar, e lá seguramente descanso meu pranto que busco a cada momento um lamento de que venha sem tormento, quando descasco meu sentimento dentro de uma tempestade, sei, ela vai para uma terra distante, e ficarei a perguntar para que não me levas dona dos ventos? Este é teu tão ágil e sábio, certamente saberia colocar-me naquele raio de sol que o arco iris formou, e coloriu todas as flores, mas afastou-me de ti, então vejo que agora já está na hora de sair por ai sem pressa, nem rumo, sem perder um só instante do meu pensamento que ainda se encontra em tormento...
Rosemary Borges Xavier

2 comentários:

  1. muito lindo parabéns pelo seu texto (trecho)

    ResponderExcluir
  2. Obrigada Israel, ouço que os pensamentos ao serem expressos em sentimentos devem ser transcritos em palavras quer na fala oral ou apenas assim escrita em algum meio de comunicação. Quando escrevi este, no ano passado, estava em momento meio "conturbado", porém bem consciente. Embora para quem ler possa imaginar o contrário, mas as interpretações vão da visão de cada um.

    ResponderExcluir