sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

FAÇA O MESMO


Subordinando-se às mãos que o detém nas formas de madeira, o ferro, em silêncio, erige edifícios em que a vida humana se guarda.
Permanecendo, submisso, na parede onde é colocado, o tijolo defende a família, no lar domésticos, contra as mudanças de temperatura.
Deixando-se aplainar, as arvores favorecem a vida com utilidade de difícil catalogação.
Sucumbindo, calada, na terra úmida, a semente humilde cobre o campo de vegetação.
Demorando-se, subalterna, a sofrer as lâminas que modelam a pedra desprezada ajuda a pavimentação e contribui com o artista para a imortalidade da arte.
Para que o fruto venha a arvore, morre a flor.
Para que o pão chegue à mesa, aniquila-se o grão.
Para que o agasalho resguarde o homem, o animal cede à lã.
Para que o conforto adorne o lar de belezas, muitas mãos se calejam em serviços rudes.
Para que a saúde se demore nas cidades, mãos ativas recolhem o lixo.
A água que corre na nuvem voltará à fonte em que surgiu.
O pão digerido tornará a terra onde nasceu.
Tudo na terra obedece à lei natural de renovação, submetendo-se à disciplina pela submissão.
Disciplina gera equilíbrio.
A renúncia de uns fomenta a vida de outros.
A evolução nasce no primeiro movimento, mas nunca cessa.
Movimente, assim, a sua vida, em atividade incessante, lembrando que a tranqüilidade que agora desfruta se origina na atribulação de muitos. Faça o mesmo por outrem.
Que a sua luta produza em favor dos demais amigos a serenidade que você experimenta!

Marco Prisco

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