terça-feira, 30 de março de 2010

Afinal de contas, o que é depressão?




A depressão atinge 18% da população, mas apenas um terço dessas vítimas procura o tratamento. Boa parte acaba apelando para a auto-medicação, o que prolonga o sofrimento e agrava o problema que, em casos extremos, pode levar ao desemprego, problemas familiares graves, e até mesmo ao suicídio.

De uma maneira bem simples, a depressão é um transtorno do humor no qual o indivíduo apresenta grande sofrimento psíquico. Os sintomas principais são a alteração do humor, a redução da energia e a incapacidade de sentir prazer (que a medicina chama de anedomia).

Esses sintomas podem se expressar de várias maneiras. Falta de ânimo, dificuldade para realizar atividades simples (até mesmo de higiene), cansaço, sonolência (certo torpor, com a sensação de não conseguir funcionar), insônia ou ainda total anergia.

“Os processos psíquicos estão ‘lentificados’ em gravidade variável, afetando o raciocínio, a capacidade de se organizar, a concentração, e até a memorização. Os sentimentos e emoções são atingidos, de modo que são comuns os sentimentos de sofrimento e os pensamentos negativos, e recorrentes”, afirma o psiquiatra Marcos José de Melo Araújo.

De acordo com o médico, nos períodos de depressão, a avaliação da existência é sempre interpretada de maneira pessimista. “O deprimido lembra-se seletivamente dos fatos negativos e esses acabam sendo desproporcionalmente valorizados”, comenta.
Tratamento
Fisiologicamente, a depressão é uma reação química. Para entender melhor, é importante lembrar que nosso cérebro é formado por inúmeras células que se comunicam por impulsos elétricos através de substâncias químicas chamadas neurotransmissores. A depressão acontece quando essas substâncias não estão “circulando” como deveriam, e algumas áreas do cérebro acabam ficando apáticas.

O tratamento mais comum é a prescrição de antidepressivos que, ao contrário do que muita gente pensa, não são calmantes e nem estimulantes. Na verdade eles são um remédio para corrigir o metabolismo e acertar os ponteiros dos neurotransmissores, restabelecendo a comunicação das células nervosas.

Por outro lado, algumas terapias alternativas são capazes de ativar a liberação das endorfinas, que são os nossos “antidepressivos naturais”. O médico Gil Serra Regalino lembra que a maior parte das pessoas que apresentam quadro de depressão sequer tem noção da doença. “Problemas mal resolvidos vão se acumulando e causando uma pressão interior tão grande, um grau de insatisfação e frustração tão intenso, que a pessoa não enxerga mais a ‘luz no fim do túnel’. Muitas vezes não enxerga nem o próprio túnel, ou seja, o ambiente que está causando aquele estado emocional depressivo”.

A depressão é, então, um mecanismo de defesa emocional. “Como não é possível continuar vivendo daquele jeito, o organismo, inconscientemente, faz um ‘auto stop’, uma pausa pedindo socorro. Como conseqüência o paciente entra como num estado de ‘hibernação física e mental’”, avalia Gil Serra.
Postura
Além dos efeitos psíquicos e químicos a depressão pode atingir também o físico. O baixo nível de serotonina e os distúrbios do sono aumentam consideravelmente a sensibilidade à dor. Dores de cabeça, musculares e intestinais são as mais comuns. A postura de caixa torácica comprimida chega a atrapalhar todo o aparelho digestivo.

De acordo com a fisioterapeuta especializada em RPG, Elenita Belo Sanches, a maior parte das pessoas procura a terapia corporal após sair da crise mais grave de depressão para se ver livre da dor. O RPG (Recondicionamento Postural Global) é ministrado através de uma série de posições onde o paciente pode consertar desvios posturais.

“Cada pessoa concentra a tensão em um ponto do corpo. Alguns acumulam tudo na cabeça, outros descarregam no intestino, costas, ou nos dentes. Através do RPG e da terapia manual é possível dissolver as couraças musculares que se formam ao longo do processo de depressão”, explica Elenita.

No momento em que essas couraças estão se desfazendo as emoções podem muitas vezes aflorar. Elenita conta que já teve pacientes que começaram a chorar ou a rir sem motivo aparente. Outros chegam a levantar da mesa para ir ao banheiro.

“É um processo que requer uma espécie de ‘invasão’, que é muito mais emocional do que física. Mas além de promover uma melhora física, ele é importante também do ponto de vista psicológico, porque quebra esses ‘bolsões emocionais”, finaliza.

De fato os estudos sobre as causas e efeitos da depressão têm avançado e, paralelamente, o acesso a terapias capazes de tratar esse problema em seus diversos níveis. A doença é grave, e ataca a pessoa em todas as esferas – física, química, mental, social, psicológica, e até espiritual. Mas ainda há uma esperança: ela é natural, e perfeitamente tratável. Mas para isso é preciso procurar ajuda profissional.
A depressão também pode ser detectada por diversos motivos
Conheça alguns deles:
Tristeza e apatia
São os sintomas mais comuns e facilmente detectáveis. Geralmente as pessoas em estado depressivo sofrem notória mudança no estado de humor e a falta de objetivos que leva à apatia.
Ausência de apetite
Em muitos casos esse sintoma pode ser confundido com anorexia. Mas, ao contrário do que acontece com as vítimas de anorexia, a falta de apetite causada pela depressão tem origem na ausência de perspectivas, e não na obstinação pelo corpo perfeito.
Insônia
Boa parte das pessoas vítimas da depressão são acometidas por pensamentos pessimistas e repetitivos que não saem da cabeça. Isso acaba gerando graves dificuldades para dormir.
Desinteresse
Temas e pessoas das quais gostava e se dedicava perdem o atrativo. Freqüentemente as pessoas que não buscam tratamento acabam perdendo o emprego por se tornarem muito ineficientes.
Falta de apetite sexual
O desinteresse pode atacar inclusive a área sexual, o que não raramente, prejudica o relacionamento conjugal.
Memória fraca
As pessoas mais idosas podem apresentar um quadro clínico com falta de memória importante, às vezes mais evidente do que a própria depressão.
Obsessão
Também podem ocorrer pensamentos obsessivos. A pessoa sabe que eles não fazem sentido mas não consegue tirá-los da cabeça. Conferir portas e janelas, achar que poderia fazer mal a si mesmo ou a outras pessoas, são os mais comuns.
n Desequilíbrio emocional
Problemas que antes eram resolvidos com facilidade se tornam tarefas pesadas e difíceis. Coisas que antes eram agradáveis se tornam sem graça.
Sintomas físicos
Alguns casos de depressão se caracterizam por dores vagas e difusas pelo corpo ou na cabeça, com vários exames laboratoriais normais. O intestino pode ficar preso, a boca amarga, a pele envelhecida, os cabelos e as unhas fracos e sem brilho.
Impulsos suicidas
Muitas vezes aparecem pensamentos de “dormir e não acordar mais”. Algumas pessoas se sentem como se estivessem separadas do mundo por uma redoma de vidro. Outras não conseguem nem sentir alegria nem tristeza (sensação da falta de sentimentos).
Idéias fixas
Acha a situação financeira ruim e sem perspectiva; sentir-se culpado por coisas que fez ou que não fez; arrependimentos por coisas que, fora da depressão, a pessoa nem se lembrava que existiram; baixa auto-estima; a certeza de estar passando por uma doença incurável.
Sazonalidade
Outras pessoas tem nítida piora da depressão quando o tempo está nublado. É o que se chama de depressão sazonal. Ela pode ser muito bem tratada com fototerapia.
Ansiedade
Às vezes podem aparecer ataques de ansiedade com sudorese, palpitações e tremor, verdadeiros ataques de pânico, o que não quer dizer que você também tenha a síndrome do pânico.

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Um comentário:

  1. Muito bem lembrado poeta, foi ótimo postar esse documentário. Mesmo em nosso ciclo de amizade existem muitas pessoas com este sintomas e as vezes não dão a devida atenção pro caso. Tem sim que procurar ajuda médica. Um conselho meu é que também se agarrem na fé.

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