sábado, 27 de março de 2010

Por Que as Mulheres Adventistas Não Podem Usar Calça Comprida para Ir à Igreja?



Gostaria de saber a sua opinião e a opinião dos demais internautas a respeito do seguinte:
Sou adventista do 7º dia, freqüento regularmente a igreja e tenho um dúvida: Por que ainda existe a norma na igreja de que as mulheres devem usar saia ou vestido nas reuniões e não devem usar calça comprida?

Ora, assim como podem existir calças indecentes ou decentes também podem existir saias ou vestidos indecentes ou decentes.
Minha dúvida e indignação se dá pelo seguinte: eu não costumo usar saia ou vestido, não uso porque não gosto de mostrar minhas pernas, tenho vergonha. Nem no meu trabalho, ninguém nunca me viu de perna de fora. Minha mãe insiste em dizer pra eu colocar uma saia por ser uma roupa mais fresca mas eu não gosto, tenho vergonha de ficar com as pernas de fora.

Então, por que deveria eu usar saia na igreja se isso me dá incômodo, me dá vergonha, me deixa desconfortável e insegura (parece que todo mundo fica olhando, sei lá ...).

Será que a Organização não deveria repensar essa norma?

Sei que em alguns lugares do país (algumas igrejas, mais especificamente) essa regra já não é mais obedecida. Mas nada é oficial. Quem descumpre a regra em geral são aquelas "revoltadinhas", "relapsas", etc. E eu não queria ter que "descumprir regras". Queria alguma coisa oficial, que viesse dos líderes.
As calças que uso são bem mais decentes que muitas saias comumente usadas pela mulherada. Sem contar que a calça cobre muito mais o corpo que a saia. A calça te deixa menos vulnerável, eu diria.

Gostaria que algum líder me explicasse o motivo e as razões da condenação da calça em pleno ano 2010. Tudo bem se fosse a 100 anos atrás, mas agora não dá pra entender, sinceramente.

RESPOSTA:

Há igrejas que proíbem terminantemente às mulheres, o uso de calças compridas. Utilizam para validar a proibição o texto de Deuteronômio 25:1, leiamo-lo: "A mulher não usará roupa de homem, nem homem veste peculiar à mulher; porque qualquer que faz tais coisas é abominável ao Senhor teu Deus. "

É extremamente difícil estabelecer, primeiramente, quais eram as diferenças entre as vestes masculinas e femininas nos dias de Moisés. As palavras hebraicas originais usadas para denotar casaco, capa, cinto são empregadas indistintivamente tanto para designar vestes masculinas como femininas.

Diferenciavam-se o gênero de uma vestimenta com parâmetros diferentes dos nossos. Muitas vezes roupas de um homem e de uma mulher eram exatamente iguais. Distinguiam-se uma da outra, unicamente, pela finura do tecido usado para confeccionar as roupas das mulheres.

Daí partimos para o nosso primeiro argumento: O que uma sociedade estabelece como indumentária masculina e feminina não vale necessariamente para outra região geográfica.

As roupas das mulheres da Palestina podem não transparecer feminilidade noutro país; em nossa cultura, por exemplo, iriam ser consideradas muito pouco femininas. Um homem que usasse, aqui na Brasil, aquilo que os beduínos consideravam ser roupa masculina, certamente seria alvo de risos e provocações. Por outro lado, alguém vestido de bombachas gaúchas nas ruas de Nazaré, também seria o centro de todos os olhares da cidade.

Não compete ao Espírito Santo designar quais roupas são masculinas ou femininas; isto é convenção cultural, portanto humana. Deve-se observar que as roupas e tradições também variam de geração para geração. Aquilo que se determinou como roupa masculina duzentos ou trezentos anos atrás, pode ser hoje um traje muito afeminado, como é o caso das calças justas usadas por navegadores, ou dos brincos dos piratas ( os quais eram tudo, menos efeminados ) ostentavam nas orelhas.

O que era considerado vestimenta masculina algum tempo atrás é permitido atualmente às mulheres, sem que com isso elas estejam masculinizando-se. O caso mais típico desta argumentação vem das calças compridas. É verdade que as calças compridas eram roupas de homens ainda no começo deste século. Como as mulheres passaram a trabalhar fora de casa e necessitavam de roupas fortes que protegessem suas pernas do frio e de acidentes de trabalho, o uso acabou sendo inevitável.

Inicialmente, causava inquietação e gerava muita tensão; porém, como o costume não advinha de uma tentativa de masculinização, mas sim de carência de proteção, logo pode contar com o consentimento da sociedade.

Veja que uma necessidade social e não moral provocou essa mudança no comportamento das pessoas. Hoje as calças compridas já nem são mais roupas masculinas, e sim neutras em seu gênero ou epicenas, isto é, podem ser usadas tanto por homens como por mulheres.

Sendo assim, quando Deus ordena que a mulher não se vista com roupas de homens, Ele não está escolhendo certo tipo de roupa, mas rechaçando o travestismo. O ideal de Deus é que os homens queiram ser homens e as mulheres queiram ser mulheres.

A mensagem de Deuteronômio 22:5 trata de princípios e não de uma lei sobre moda.

2 comentários:

  1. Ola irma , eu nao uso saias tambem..e vou ao culto de calça sou da igreja batista mas amo irmaos da igreja adventista , se vc se sente melhor de calça va de calça, como eu vou

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  2. Olá, você precisa ler um pouco o manual da igreja (se você for adventista) página 168, sobre o vestuário. Não irei falar o que está escito, mas quem lhe disse que é proibido assistir os cultos de calça comprida? você deve ir da forma que achar melhor (menos nu), não importa a roupa que está vestindo, terá olhar de repreensão? tera (mas geralmente do pessoal mais velho), mas não é proibido assistir os cultos, as programações e etc. de calça comprida, mas o vestuário é um fator importante no caráter cristão. Quando você vê alguem usando uma calça comprida, a ultima coisa que você pensa é que essa pessoa vai a igreja, não é? Por isso não vemos muitas mulheres de calças compridas na igreja, mas não é proibida a utilização de calças nos cultos e nas programações. Espero que eu tenha conseguido explicar algo. ^^

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