quinta-feira, 6 de maio de 2010
TUPÃ
na solidão do bosque ouço um ruído
que abala a terra, as selvas, os rochedos...
e, de alma inquieta, sinto-me perdido
em descampados mudos, tristes, quedos.
é a voz das nuvens - trovão - sabido
pelos que habitam tétricos degredos,
como o rancor de um deus enfurecido
no espaço onde há milhares de segredos.
Tupã, eu sinto as serras abaladas.
julgo tremer o bosque verdejante,
com os seus penhascos e árvores copadas.
e, enquanto choram nuvens carregadas,
soltas, em vão, num céu de azul cambiante,
em versos canto o poema das quebradas.
Sinésio Cabral
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