terça-feira, 4 de outubro de 2011

Santo e pecador



Dons, sei que tenho vários ou todos, mas não se pode querer ou ter o privilégio de desenvolvê-los todos. Dons ou as múltiplas inteligências? Tenho mais de um dom e com certeza mais de uma inteligência. Porém, gostaria de tê-las desenvolvido para servir melhor ao meu semelhante, ao meu próximo.
Para deixar alguma mensagem escrita, gostaria de escrever bem, claramente, objetiva, dizer maravilhas que fizessem o outro melhor. Ter sempre bons pensamentos. Ser humilde, acolhedora e gentil, fazendo o bem, em troca de nada. Penetrar o interior sem causar danos. Transformar mentes em equilíbrios. Mostrar a força que há lá dentro, quando se quer, se pode. Fazê-lo ver o quanto temos de capacidade desperdiçada. Mas não consigo ser exemplo. Não transformo. E me pergunto o que está errado em mim? Por que não posso ser mais sensível e transmitir p meu verdadeiro eu ao outro. Mostrar-me, desnudar-me por inteiro em energias e tocá-los mais profundamente. Era o que eu mais queria. Tocar, com o pensamento, o pensamento do outro, mostrar caminhos e fazê-lo seguir. Ser meiga, mansa e humilde de coração. Ser Tereza, Dulce, Gandhi... Quanto exemplo temos! Gostaria de ser mais um.
É muita pretensão querer. Ser é maior ainda, mas querer e ser é p que me falta. Tenho tempo, estou aqui, posso! “Tudo posso, Naquele que me fortalece”. Posso se quero e eu quero.
“Eu quero ser como o barro na mão do oleiro, rompe-me a vida faz-me de novo...”
Eu posso! Eu sou um vaso novo! E vou servir um gesto, uma ação, um sorriso, um carinho, em troca da vida e da alegria do meu irmão. Diminuir sem anular-me, esconder-me sem ser invisível, ser transparente transpondo barreiras. Consciente do meu egoísmo ao desejar tudo ser, portanto, não desejo, sou. Sou santa e pecadora. Mais pecadora que santa.
Aprendi a chamar de Deus essa força que move o mundo, que nos conduz. Entrego-me por inteiro a Ele e espero que seja feita a Sua Vontade.
Quando era jovem, ao me aborrecer, queria ser santa e tomava atitudes radicais, pensando que santidade era isso. Hoje compreendo que somos santos e pecadores e que é mais fácil ser pecador que santo. Porque para ser pecador não exige sacrifícios. Peca-se, segundo o nosso saudoso Padre Mapelli, com os olhos, ouvidos, nariz e boca, além de pensamentos, atos e omissão. O que é uma grande verdade. Para ser pecador, basta nascer. Para ser santo há que se desprender de tudo que nos faz pecar. É uma outra dimensão, mas aqui, com os pés em terra. Despido de ganância e de egoísmo. Até do desejo de querer ser. Por isso peço ao Deus de bondade e misericordioso que me dê sabedoria, entendimento, discernimento para compreender qual é a Sua Verdadeira Vontade. Purifica o meu Coração. Faz-me mansa e humilde. Desentorta esta árvore. Sou tua.

Artemísia

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