sábado, 7 de janeiro de 2012

Jovita Feitosa


A sargenta Feitosa.
Jovita Feitosa (Tauá, em 8 de março de 1848 - Rio de Janeiro, em 9 de outubro de 1867), era o apelido familiar de Antônia Alves Feitosa, que foi uma voluntária na campanha militar brasileira para Guerra do Paraguai no posto de sargenta.Filha de Maximiano Bispo de Oliveira e de Maria Alves Feitosa, perdeu a mãe ainda na adolescência, vítimada por uma epidemia de cólera, e mudou-se com o pai para Jaicós, no Piauí.

Biografia

Nascida na então província do Ceará, na região dos Inhamuns, entre os atuais municípios de Tauá e Parambu, em localidade sob influência da antiga vila do Cococi; emigrou, após a morte de sua mãe, para Jaicós no Piauí com o propósito incial de viver na companhia de parentes. De Jaicós, por força de desentendimento com um tio, fugiu para cidade de Teresina, onde, aos 17 anos de idade, alistou-se para as forças militares da campanha da Guerra do Paraguai.
Na primeira tentativa de alistamento, disfaçou-se de homem: cortou o cabelo no estilo “alemão” ou “ militar”, amarrou os seios, usou chapéu de couro e foi à procura da guarnição provincial. Conseguiu enganar os olhos dos policiais, porém, ao visitar o mercado público foi delatada por uma mulher que logo lhe reconheceu traços femininos com predominância da etnia indígena.
Ao ser levada para interrogatório policial, chorou copiosamente e manifestou o desejo de ir lutar nas trincheiras, com a mão no bacamarte. Não queria ser auxiliar de enfermeira, pois, se assim o desejasse poderia fazê-lo. Dizia querer vingar “a humilhação passada por seus compatriotas nas mãos dos desalmados paraguaios”.
Foi aceita no efetivo do Estado, após o caso chamar a atenção de Franklin Dória, o Barão de Loreto, então presidente [o equivalente hoje a governador] da Província do Piauí, que lhe incluiu no Exército Nacional como segundo sargento. Recebeu fardamento e embarcou com corpo de voluntário para Parnaíba.
No navio a vapor que saiu de Teresina, a história registra que eram 335 voluntários que seguiram até Parnaíba onde recebeu o reforço de outros combatentes perfazendo o total de 1.302 piauienses que compunham o 2º Grupamento de Voluntários, sob o comando do major João Fernandés de Moraes. A viagem seguiu pelo Maranhão, por Pernambuco e chegou ao Rio de Janeiro, em 9 de setembro de 1.865.
Ao chegar ao Rio, Jovita tornou-se personalidade pública e notória. Todos buscam conhecer a mulher do Piauí que queria ir a guerra. Na capital imperial foi entrevistada numa das salas do quartel do campo de aclamação. Um fluminense de 1865 vê nela um patriotismo exacerbado que foi acordado de seu estado letárgico “apresentou-se pobre e singela, tendo n’alma o sentimento generoso das mulheres espartanas, ajoelhou-se antes o altar da Pátria e ali prestou um juramento solene de amor e de dedicação eterna
Jovita chegou ao posto de primeiro-sargento, e recebeu homenagens e presentes por sua participação no conflito da Tripla Aliança.
Cogita-se que tenha cometido suicídio em razão da falta de reconhecimento por parte do Estado de seu voluntarismo e bravura em defesa da Pátria, quando outros - apenas por serem homens - receberam medalhas de honra e comendas. No entanto, sabe-se que, depois de ser afastada da tropa, no final de 1865, pelo ministro da guerra, permaneceu no Rio de Janeiro, onde se envolveu sentimentalmente com um engenheiro inglês de nome Guilherme Noot, passando a viver com ele na praia do Russel. Diz-se que,ao saber que o inglês fora embora sem deixar expliação alguma, cometeu suicídio com uma punhalada no coração em 1867, aos 19 anos de idade.[1] Outras versões, contudo, relatam que ela teria retornado ao teatro da guerra, no Paraguai, onde teria falecido na Batalha de Acosta Ñu.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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