segunda-feira, 6 de junho de 2011

Neblina


Ah, essa emoção estranha, esse desejo platônico Move-se pelas imagens e penetra no silêncio virtual Adivinhando o conteúdo dos sonhos Espreitada por essa razão de lógica fatídica e previsível Mesmo assim, disfarça-se em versos e explode em palavras E, depois que germina, o improvável a alimenta Os raios de um sol impossível iluminam sua vitalidade E ainda, na antevéspera da paixão, cresce, cresce Os inúteis anteparos da praticidade tombam impotentes Porque logo vira véspera de um iminente pulsar emocional Nas entranhas inicia-se o peso, um misto de angústia e quase gozo Por fim, uma nebulosa instala-se no espaço da lucidez O coração acelera com uma imagem, ou diálogo Deixo fluir, simplesmente, como um rio depois das chuvas Não é tempestade, porque os corpos nunca se encontraram É neblina suave, molhando devagar Até que esse carisma atravessou o peito e fez pequenas poças no coração Com diversos matizes de sentimentos E a paixão faz-se rebento O formalismo racional apenas observa, pois já não tem mais força Não pode lutar contra a expressão do mais profundo da existência Não pode impedir que o amor construa sua caminhada Por mais difícil e distante que ela seja Se jamais chegar a seu destino, se consolidando em sua concretude, Pelo menos terá derramado sua essência pelo caminho E terá criado a perspectiva de se vislumbrar a felicidade Que venha! Tenho versos secretos para ela Paulo Viana

Paulo Sérgio Viana Bezerra

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