terça-feira, 19 de outubro de 2010

A igreja e a política


Uma geração de cristãos viveu alienada em relação às causas sociais e a seus direitos, pela decisão errada de endemonizar a política. Infelizmente achavam que tudo era pecado, homens querendo impor santidade ao extremo criavam leis humanas e as determinavam como mandamentos divinos, esquecendo que a palavra é quem santifica. E o povo, sempre ele, por falta de informação, ia como ovelhas ao matadouro em direção a uma vida de ignorância e sem possibilidade de melhora, até porque, se pregava o medo como solução para vida eterna.

O tempo passou, a informática proliferou, a Internet entrou de vez na vida das pessoas e todo esse paradigma foi jogado por terra. Grandes líderes evangélicos se levantaram com outra consciência, alguns até filhos de pastores, estudaram a tão endemonizada teologia e mudaram os conceitos cristãos de antes.

Eles com grande maestria tiraram a igreja de um extremo não muito bom, aonde a mesma iria definhar até morrer, pois uma geração informada não se submeteria a conceitos de homens atrasados. A partir da década de noventa, tão promissora para o evangelho, houve um grande crescimento da igreja. As boas novas vieram com força, sendo acrescentada a ela uma possibilidade de melhora na vida terrena, vivemos uma era de show gospel e pastores pop star, tudo era uma grande e maravilhosa novidade. O povo estava extasiado e feliz, portanto, houve uma grande aceitação a ponto de incomodar outros segmentos.

Mas na medida em que a igreja crescia, incomodava outros seguimentos e diante de tal fato a Igreja Universal do Reino de Deus, grande propulsora deste seguimento resolveu expandir a sua área de atuação adquirindo meios de Comunicações, levando a repulsa de todos contra aos Evangélicos.

Após adquirir a rede Record viu-se a necessidade de defender a igreja também no Planalto central, a partir daí, as igrejas que outrora condenava toda manifestação política por acharem que era do inimigo, passou a apresentar candidatos próprios com desculpa de defesa da fé. Foi aí que a política nacional começou a sentir a influência desses novos grupos. Que entre 513 membros do parlamento, 40 pertencem a uma a bancada evangélica, um grupo de políticos de diferentes partidos que visa defender os interesses dos evangélicos. Viramos força de voto, levando ao mundo a olhar para nós e levando os líderes Evangélicos usar do mesmo esquema que o mundo, influenciando a todo rebanho a votarem em quem eles desejam. Ou seja, viramos votos de cabresto, mostrando que a igreja não esta preparada para votar pois a mesma é manipulada facilmente. Aí eu pergunto: foi bom este envolvimento da igreja com a política e foi bom para quem? A política é coisa do diabo como muitos diziam antigamente? Será que os antigos tinham razão?

Paz!

Texto de Rô
Acessem! Fonte: http://mulheresabias.blogspot.com/
Djalma CMF
Publicado no Recanto das letras.

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