quinta-feira, 9 de setembro de 2010

UM DIA FUI ÁRVORE


Que tudo tem a mesma origem
Ninguém pode duvidar
Mas que o futuro é incerto
Temos que acreditar.

Acredito na sorte e no destino
Também na oportunidade
E que a beleza contribui
Para se obter espaço na sociedade.

Sociedade capitalista
Voltada para o capital
Esquecendo-se que os seres vivos
São dois: animal e vegetal.

Vegetal que cada dia
Vive um tipo de exploração
Em nome do progresso
Sofre grande devastação.

Devastação descontrolada
Difícil de compreender
Porque apenas em segundos
Vejo uma árvore desaparecer.

Desaparecendo do mapa
Quem gastou anos para crescer
Por mais que receba bom trato
É difícil de se esquecer.

Esquecer seus amigos
O ar puro que respirava
Os pássaros mais diversos
Que em seus galhos descansava.

Descansar agora é impossível
Depois da transformação.
Em uma pequena marcenaria
Ganhei minha nova formação.


Formato de cadeira
Sou chamado de banquinho
Não estou em praça nem em igreja
Estou apenas em um bonequinho.

Bonequinho que serve de clube
Para quem quer conversar
Depois, quando vão embora;
Gostam de me chutar.

Chutado por revoltados
Sem chance para revidar
Nem mesmo nos fins de semana
Tenho tempo para desancar.

Descanso eu só consigo
Quando estou quebrado
Recebo pregos na cabeça
Quando estou sendo consertado.


Conserto que me custa
Uma série de empurrão
Volto a servir de descanso
Para quem não tem consideração.

Consideração com quem um dia,
Alimentou: macacos, antas, e marrecos...
Além de proteger o lençol freático,
Hoje é apenas banco nos botecos.
Postado por Editor físico & prof. José Mendonça

www.editorfisicopoeta.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário