segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

JOÃO TONHEIRO



  Eu ontem dia 26 de janeiro, fui fazer uma visita ao senhor João Ferreira de Sousa, que é popularmente conhecido por João de Pedro Tonheiro, e uns mais desavisados chamam de João Tonheiro. Confesso que fiquei muito triste, quando o avistei ali deitado em sua cama, nem parecia aquele senhor que conheci que ficava na calçada sentado, vendo os transeuntes passarem, ele fumando seu cigarro e tomando suas dosezinha de cachaça, e hoje naquele leito, tornando-se dependente de soros, para que se prolonguem seus dias em nosso meio. Mas mesmo com esses percalços, ele ainda é muito conversador, e aparenta ter aceitado a sua condição de moribundo.
  Quem conheceu João no passado sabe. Que ele ficou bastante famoso como os corujões, três jovens senhores que trocaram a noite pelo dia, da qual só ele que ainda está entre nós, contando esses causos das antigas noites varzealegrenses. Jesus Fotógrafo, Joaquim de Paulo e ele, esses três gozaram a vida como pode, tudo que acontecia durante a noite os três sabiam, pois à noite era a sua companheira boemia. João pode-se dizer que aproveitou a vida o máximo que pode, acho que adivinhando como seria o seu final.
  Ao sair de lá, em que ele me desejou muitas felicidades, que eu fosse bem feliz em minha vida, aqui ou em Recife, senti que poderia ser uma despedida, daí senti uma dor no peito, um aperto no coração, creio que poderá ser sim, pois ele que ta com seus oitenta e seis anos, naquela situação, creio que não terá mais melhora, ele mesmo me afirmou ontem, “não tenho melhora não, acho que é o fim.” O que temos é que colocar ele em orações e pedir a Deus que tenha compaixão de João e perdoe as coisas ruins que ele praticou em sua mocidade.
  Quem viveu na década de setenta e oitenta, sabe do que estou falando, e conheceu esses três personagens que integraram os corujões. João, Joaquim e Jesus, e aqui nesse descritos meu, eu presto essa homenagem a esse homem, não por ele ter feito parte da cultura folclórica de Várzea Alegre, mas pelo homem bom e pelo parentesco que nos unem por isso me aproximei dele, da qual também fomos vizinhos. Sei que João para a maioria da população dessa cidade Várzea Alegre, não deixará saudades, nem terá uma homenagem vultosa, mas e daí? O que importa é que ele seja eternamente lembrado, pelos que a ele foram caros, pois como diz o dito “uma pessoa não morre, enquanto tiver bastante viva nas lembranças daqueles que o amou na terra”. E João é bastante querido dos seus filhos e sobrinhos e amigos o tinham bastante admiração. Pois é João, se a gente não se encontrar mais, quero que saiba, eu jamais vou esquecer a sua pessoa, Deus vos abençoe, e quando partires dessa vida, que Deus vos encaminhe a um lugar de paz, amor e que venha a descansar em paz.

Israel Batista

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