quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O TREM




  Na década de 60, o agente dos correios, o Sr. Lino, chegando de Cedro em seu Jipe, paro-o em frente à oficina de João Alves e disse-lhe: “ô João, tem um trem quebrado no Cedro e já faz muitos dias. Os técnicos da REFESA e mecânicos de Fortaleza já tentaram de tudo quanto é jeito, mas não consertaram. Aí eu caí na besteira de apostar que tu consertava e vim te buscar”. João Alves achando a história complexa disse-lhe que ia apenas ver como era, pois não prometia consertá-lo já que nunca tinha visto uma máquina daquela. E se foram.
  Chegando ao local, um dos engenheiros irritado disse: “esse matuto aí, deixo mexer não”. O chefe da estação, que havia apostado com Sr. Lino, tratou de possibilitar a vistoria de João Alves na máquina do trem. Ele observou por algum tempo aquela fantástica máquina e percebeu que um certo pino deslocado do seu local adequado, obstruía o movimento rotativo do trem. Pediu uma marreta e com duas pancadas recolocou o pino no local de origem e disse; “solta o vapor”. O trem voltou a funcionar normal, o engenheiro pediu desculpas a João Alves, seu Lino ganhou a aposta e foi a maior festa. Ainda hoje se comenta esta façanha do Mestre João Alves.

Cesário Ney
Do seu livrinho “João Alves Um gênio no seu tempo”. Pag. 07. Ano 2004.

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