domingo, 24 de fevereiro de 2013

LAPSO NA HISTÓRIA




  Minha cidade nos últimos anos anda caindo em falta, no sentido de reverenciar os seus ícones culturais e sociais. Com isso fica o alerta, para que isso não volte a acontecer. Várias pessoas que deram sua parcela de contribuição para a história de Várzea Alegre, no ano de seu centenário passou em branco. Sei que muitos devem está comentando isso: “Comemorar sem a pessoa ver é melhor não, comemoração pra mim, só se a pessoa estiver presente, depois que morrer não precisa mais.” Concordo plenamente com essa afirmação. Mas o porquê eu bato nessa tecla que se deve lembrar o centenário de algumas pessoas? É para reverenciar esse alguém pelo o que ela fez em vida, e aos mais novos que não a conheceram, tomar conhecimento quem foi esse alguém e qual o serviço relevante que prestou a sociedade varzealegrense.  
  Eu de 2009 para, cá venho anotando em meu caderninho, as faltas que ocorreram. Até o ano passado, quando pude ver o centenário do jornalista Joaquim Ferreira, que durante a sua vida trabalhou no jornal “O GLOBO”, e foi o comentarista brasileiro no período da guerra na BBC de Londres. Levou o nome do nosso recôncavo ao mundo, (veja sua biografia escrita pelo seu irmão no livro “Várzea Alegre, minha terra e minha gente”). Mais um esquecimento em sua terra natal, no mês de novembro do ano passado esse grande jornalista, se vivo fosse completaria cem anos. Só para rememorar as pessoas que ficaram no esquecimento em seu centenário: Antonio Sátiro em 2007 o primeiro dentista formado de Várzea Alegre. Elisa Gomes grande educadora de nosso município completou cem anos no ano de 2012. Chagas Bezerra no ano de 2005. Hamilton Correia no ano de 2009. José Leandro 2006. E nesse ano o médico e escritor José Ferreira se vivo estivesse completaria seu centenário, eu me comprometi em lembrar sempre ele nesses meus escritos, e no próximo ano virá o centenário do dentista famoso Expedito Pinheiro e do poeta maior Bidinho e o outro poeta grande Miguel Alves de Lima, vamos lembrar esses vultos que passaram e deram sua parcela de contribuição para a história de Várzea Alegre.
  Sei que para muitos é hipocrisia da minha parte, em falar e querer que seja lembrado essas pessoas, que o município não pode ta fazendo festa direto homenageando essas pessoas. Concordo plenamente, mas poderia ser ressaltado em algumas reuniões da câmara de vereadores, em editais da prefeitura, as escolas se mobilizarem em fazer trabalho de pesquisas, sobre a vida desses autores.  Na minha lista tem alguns nomes que no futuro quando for seu centenário, será bastante comemorado, não citarei os nomes para não causar desconforto. E essas pessoas serem homenageadas, isso é bom e bastante relevante, mas o que me indigna é que sei que eles merecem, mas sem querer desmerecer, mas os outros esquecidos, também são merecedores dessa mesma homenagem.
  Esses meus escritos não é para polemizar e nem querer balburdiar as coisas, e sim é um alerta para a história do município, que grandes ícones se foram, mas não foram lembrados em um momento sublime, que se vivo fosse, seria de grande júbilo para si e seus familiares. Várzea Alegre, fica aqui o meu alerta, e não esqueça essas pessoas que construíram a história do município, e que deram a sua parcela de contribuição para o desenvolvimento do município da forma em que eles podiam, e que seu talento o permitiam desenvolver.
  Daqui uns sessenta anos será meu centenário, se vai ser comemorado, eu não sei, mas saibam que estou aqui nesse presente momento, resgatando um pouco dessas pessoas que construíram a história do município que me viu nascer, se eu vou ser lembrado ou não, isso não importa, importa-me hoje é o presente, sei que existe gente que foi mais capacitado do que eu, que não teve seu nome lembrado, e eu que me sinto abaixo do nível desses ícones, não me sinto merecedor de homenagem nenhuma. Por isso escrevo sobre essas pessoas. Pois é minha homenagem, e mostro para seus familiares que reconheci o valor que ele foi para minha cidade. Sei que cada dessas pessoas, o que fizeram pela sua terra, foi por amor, assim como eu escrevo, escrevo somente por amor, pois amo escrever, e através dos meus escritos, vou dando minha parcela de contribuição para as letras do município. E com isso deixo meu nome nas letras, mas tudo na vida o tempo vai levando, e com isso irei passar também. E num futuro próximo serei passado. E se serei lembrado, isso não sei, fica a critério dos cidadãos varzealegrense do futuro. Pois nessa época terão outros, que estarão tentando colocar o seu nome na história, assim é a humanidade. O ciclo vital continuará, e não para, e nesse momento estou em processo de construção de minha história de vida artística, mas adiante terei parado na estação da vida, mas já terão outros que continuarão a minha luta, ninguém é insubstituível, mas cada um constrói a sua história de maneira única, e quem ganha com isso é o município. Município que pode contar com a inteligência de Pedro Tenente, a irreverência de José Felipe, a capacidade musical de José Clementino, a visão de futuro de Chagas Bezerra e Raimundo Ferreira, a inteligência aguçada de Padre Vieira, a verve poética de Bidinho e José Gonçalves e tantos talentos que passaram por esse solo fecundo de artes. A alegria em meio à tristeza é a grande virtude desse povo, que vivem no sertão do Ceará, terra árida e seca, castigada por verões intermináveis.
  Fica aqui o meu alerta, Várzea Alegre, não se esqueça de seus ícones, e preparem o seu solo artístico, para os que estão surgindo neste presente momento, para que no futuro possam pisar firme o solo cultural. Um município cresce quando valorizam os seus valores artísticos, aqui fica o meu alerta. Espero que seja aceito como uma mensagem de alerta e não uma crítica pejorativa.

Israel Batista
18/02/2013       

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