terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Um Mestre da Poesia Popular




  Um celeiro de poetas: Várzea-Alegre. Torrão em que todos ou quase todos se não são poetas são capazes de criar versos, mesmo uma quadrinha, uma paródia, mas há de apresentar a rima. Rincão de rimadores. Terra de grandes e bons poetas. Desde antigamente aos nossos dias. Não citarei nomes (pois são tantos) já que o objetivo maior é referir-me àquele que conquistou com o seu instinto poético o respeito e a admiração daqueles que o conheceram ou que de alguma forma estiveram em contato com o seu versejar simples, mas de beleza ímpar: Raimundo Lucas Bidinho ou simplesmente Bidim. Poeta para qualquer momento, qualquer tema ou qualquer pilhéria. De teor rico nos dizeres e mais belo no seu declamar. Brincava de poetar (para os que o conheceram), mas respeitoso com o rigor à forma expressiva da poética popular.
  Até quando brincava com as pilhérias de amigos o fazia com a dignidade dos grandes e dos profundos conhecedores naquilo que se propõe a realizar. A aparente lentidão ao dedilhar a viola não condizia com a rapidez no pensar, contribuindo para com suas magníficas rimas de metrificação perfeita. Linguajar simples, mas de um vocabulário rico e fértil para quem sequer concluiu as primeiras letras. Uma capacidade louvável como poeta e admirável como pessoa, além da sua paixão em defesa das causas ruralistas. Um Nordestino, Cearense e Varzealegrense com sensibilidade incomum de um lutador pelas causas que o sensibilizavam. Dignidade no dizer, no fazer e acima de tudo no pensar. Aos novos poetas a herança de como exprimir o seu amor á terra onde nasceu e desenvolveu o talento nato da poesia popular descompromissada, responsável, e não esquecendo a alegria e o bom-humor tão característico desse riacho do machado.


Francisco Assis Costa

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