terça-feira, 7 de setembro de 2010

A TRAGÉDIA DE DINA




O escritor Meneval Dantas, em seu livro de reminiscências sobre Macaíba, resgata a história trágica de uma jovem querida por toda a Macaíba de 77 anos passados. Geralda Medeiros Rocha, Dina (*22-06-1916 +18-05-1933) era filha do Antônio Cabo ou Antônio da Rocha Bezerra (*06-07-1884 +30-03-1956) e Emília Medeiros da Rocha. O casal teve 10 filhos, sobrevivendo Dina e Antonieta Medeiros Rocha, com a qual conversei, em 2007, sobre a trágica morte de sua irmã.

Dina foi uma jovem bonita, alegre e bastante comunicativa, sendo, por isso bem relacionada no seio da sociedade macaibense. Teve participação ativa em vários movimentos da igreja católica local, destacando-se como cantora nas missas da matriz, de cuja padroeira Nossa Senhora da Conceição era devota.

Consegui apurar os nomes das melhores amigas de Dina: Joanete Moura, Dália Mendonça, Albaniza Lima e Irene Monteiro. Dina, como já foi dito, era uma jovem bonita, possuía uma beleza invulgar e namorava o jovem Nestor Lima.

Segundo sua irmã, Dina possuía os sonhos possíveis para as garotas de sua época; queria estudar no Colégio da Imaculada Conceição e ser professora em sua província.

A trágica passagem da história de minha terra, contou-me D. Antonieta, teve em Dina a personagem principal no dia em que ela convidou outras amigas para tomar banho no açude do sítio Salermo, pertencente à Joca Leiros. Esse açude era a diversão de Macaíba naquela época, sempre reunindo sobre as frondosas copas de árvores ali existentes diversas pessoas para momentos de descontração.

Em depoimento, Nestor Lima me falou que estava no café Gato Preto na manhã de 18 de maio de 1933, quando Dina passou próximo ao local se dirigindo a rua do Cajueiro para seguir até o sítio Salermo e acenou para ele.
No sítio, as garotas tomavam banho quando Dina começou a se afogar descendo um desnível que levava a uma parte do açude perigosa, tida por funil. Ela afundava e submergia enquanto as amigas, desesperadas, tentavam retirá-la da água.

Após conseguirem retirá-la, correram com Dina seminua do sítio Salermo para a sua residência que ficava na rua da Cruz e lá chegaram as 10:00 horas. Dina ainda estava viva e a irmã Antonieta, então uma menina de 12 anos, ainda conseguiu desesperadamente abrir os olhos da irmã, cujas pupilas “ainda não estavam dilatadas”.

Infelizmente, Macaíba ainda não dispunha de clínicos residentes na cidade, e o médico Ricardo Barreto foi chamado, mas só chegou às 19h. Dina havia falecido às 15h.

O sepultamento aconteceu no cemitério de São Miguel às 10h da manhã seguinte, com grande acompanhamento e sob a consternação geral da cidade que chorava a moça alegre e querida por todos.

por Anderson Tavares

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