terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A SAMARITANA


Da estrada regressando, a cujo poço antigo
Para a água buscar, na lida costumeira,
Ainda traz dentro em si esse perfil amigo,
Em que a bondade luz, simples, verdadeira...


Ainda canta-lhe ao ouvido a frase derradeira
De Jesus, a falar-lhe: “Em verdade te digo...”
E ainda guarda, perfeita, essa expressão inteira,
Suave frase imortal, em que o amor tem abrigo.


E à serena beleza, que lhe vai no rosto,
Vem casar-se um fulgor, que é de perdão composto.
Vem-lhe nalma a esplender toda uma fé que a encanta


E, recordando o porte e a tristeza e a candura
Do Nazareno e a dor, que as faces lhe emoldura,
Sente os olhos deixar-lhe uma lágrima santa.


Paulo Silva Araújo
http://jeffersonmagnocosta.blogspot.com/

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