sábado, 13 de março de 2010

O ÚLTIMO POEMA


assim eu quereria o meu último poema
que fosse terno dizendo as coisas mais simples
e menos intencionais
que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
a pureza da chama em que se consomem os diamantes
mais límpidos
a paixão dos suicidas que se matam sem explicação

Manuel Bandeira
poeta pernambucano
*1886
+1968

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