domingo, 29 de maio de 2011

Escuro


Busquei na ausência
A presença que não existia
E cobrei do tempo
A pressa que me adoecia
Tentando enxergar através de um vidro embaçado
Tateando no escuro em busca de um fim
Um final
Um ponto
Ou o que fosse parar aquilo
Que era dor
Que era amor
Ódio, esperança ou ilusão
Nem nomear o que eu sentia eu sabia
Como fugir do vértice do furacão?

Como dizer aquilo sem mentir?
Como me salvar sem fugir?
Qual é exatamente a definição de covardia?
Medo que acomete o sujeito?
Ausência de coragem pra tentar?

Me chame do que quiser
Mas não diga que deixei de lutar
Porque estive ali
Na chuva
De pé
No frio e ao vento
Parada
Esperando você terminar
E agora,
Estou jogada aqui no escuro
Lugar inseguro
Esperando tudo acabar.

Escrito por Sílvia Soares

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