sábado, 10 de setembro de 2011

FESTA DO ANO NOVO NO MAMELUCO - VARZEA ALEGRE


Novamente descrevo : Casa lá no ALTO. Do lado - pé de pitomba, jaca, graviola, pinha, bananeira. Uma engenhoca fazendo caldo de cana. Fogão à lenha ao ar livre e os cachorros em volta. No amanhecer do dia e entardecer as melodias dos tizius, sabiás, cabeça vermelhas, anuns, lavandeiras, as peiticas, os bacuraus. À noite as corujas dos olhos arregalados, indolentes nos pés das estacas. Compondo, ainda, o cenário- gado pastando, lotes de jumento, cabritos,o balir melancólico das ovelhas, o cheiro de curral e o fedor do cercado dos porcos, criados por Edite. Sim, e a vegetação - toda agreste, estóical - marmeleiros, unhas de gato, juremas, boninas, ipês, babugens, aroeiras, sabiás etc.
Então, as redes armada no alpendre da casa, cururus vadeando, querendo adentrar no ambiente, besouros, mosquitos, gafanhotos, cupins, besouro rola bosta, roncos, mutucas, cobras, lagartos e escorpiões. Não se pode esquecer das flatulências sibilinas, a suvaqueira da região. Os altares adornados de santos e de “fulores”, roupas repetidas e as cuecas não trocadas.
Desse mote, nasceu a idéia do ANO NOVO. Oportunidade de harmonizar-se com a natureza que é soberana. Ora, por quê não rasgar a túnica inconsútil do ano velho no Mameluco? Por quê eleger-se paragens exóticas, com salamaleques e abraços fingidos de terceiros?
Imagine-se latada que será edificada no terreiro da casa de bom tamanho, piso de cimento liso ou de barro socado, iluminação com candeeiro, fogos, rezar-se um terço, depois sanfoneiro de pé de serra tocando até o alvorecer. Convite aberto à comunidade, presença das caboclas sertanejas saracoteando a caráter, bebida grátis, comida para todos - menu - mataremos um boi, capotes, perus, tatus, baião de dois, queijos de coalho, manzapo, pão de ló. Som preliminar de alta qualidade - DJ -Dimitrius. D. BALBINA a anfitriã, recepcionando as comadres com vinho doce da marca Pe. Cícero e chá de erva doce. Dayse cuidando da coreografia e tome carão pelos adornos sem imaginação. Sinhá calada, nos premiando com tranqüilidade. Roberto Dimestein envergando bermuda feia e frouxa, totalmente aéreo, sem entender nada da esbórnia. Candinho de cabelo despenteado e braço de radiola, somente sorrindo. Rubão sentado na cadeira de couro com as pernas abertas, obedecendo o ritual da coluna. Denys animadíssimo querendo recolher-se às 20:00 horas e Monique sem aceitar. Magda tufão, Samantha e Karenina todas de branco, pondo dúvidas no sucesso da festa. Marcelinha a nossa arquiteta com a mão no queixo,taciturna, só observando as conversas. Rômulo farejando, perscrutando traçando a bolinagem da noite. Douglas e Catarina cuidando da eletricidade dos filhos tome psius a toda hora, não se podendo puxar assunto de assombração, Nicinha neste altura da noite já “hablando” spanish. D. Maçunila chegando na caminhonete e dando trabalho para descer e Edite ao seu lado, Zé Pereira com o cabelo arrepiado e os olhos parecidos com tição de fogo (produto de goles ingeridos sutilmente), Jussier casado com “ minha fiinha” conversando merda, depois de goles grotescos. Raimundinha carinhosa com todos. Mocinha que não é mais Moça nos pageando com os quitutes. O filho de seu Tota apertando as mãos do pessoal e contando estórias compridas e sem graça. Cirilo enciumado, rabugento, desconfiado sentado lá no escuro do terraço, sem aceitar nada.
Eita!! ANO NOVO arretado, custo zero, o céu iluminado, todos brindando com os astros, e o forró troando noite adentro< animado.
Isto é que Ano Novo, principalmente para MARCELA, KARENINA, SAMANTHA, DANIELLA, DÉBORA, RÔMULO e CAMILA. Pessoal - “Tudo isso é cagado e cuspido a festa no MAMELUCO”.

Vicente Moreno Filho Moreno(Douglas)

Foto do prefeito com o presidente da Associação lá no Mameluco

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