segunda-feira, 28 de março de 2011

O pescador de medo


Ele tinha 18 de idade e nunca tinha se afastado da família, motivo? Tinha um grave problema: epilepsia. E das mais graves possíveis. O pior era o medo que dava quando de súbito caia e só acordava no hospital ou no quarto de casa rodeado por todos os seus parentes e de vez em quando até amigos.
Você já teve medo de desmaiar e acordar enterrado? Pois é, era o que mais ele temia, por isso que nunca se ausentou da presença de alguém da família.
Mas algumas pessoas da rua resolveram ir a uma pescaria. E ele foi convidado, nesse dia estava ele apenas com sua mãe. Porém ela disse que não custaria nada se ele fosse a essa pescaria. A final o povo da rua quase que em peso estaria lá. Mas se arrependimento matasse ele morreria de novo.
Quem disse que os outros pescadores sabiam do seu problema! Era quase madrugada. Acordou atônito e ao tocar a madeira acima de seu corpo e ao seu lado, aquele cheiro de terra molhada. Só podia ser uma coisa: enterraram-me vivo! E agora o que eu faço, quem vai avisar a minha família? Será que aguento até vir o socorro. Vou gritar! Vou gritar! Ahaaaaaaaaaaaa, socorro! Ahaaaaaaaa. Socorro!
Cale a boca!
- É isso mesmo cale a boca e vê se deixa agente dormir em paz.
O barco estava cheio de peixes na margem do rio e os pescadores estavam apenas tirando uma soneca nos beliches dentro do barco, enquanto o dia amanhecia.

por © Dr. Esp. Marciano Alves Correia

http://linhovermelho.blogspot.com/

também faz parte de seu livro o VIAJANTE E O JEQUITIBÁ

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