domingo, 15 de maio de 2011

A UM INFELIZ FLAMENGUISTA PRECONCEITUOSO

LI, estarrecido, um texto postado num desses blogs que pululam na internet, cujo teor é de um irascível preconceito contra os nordestinos, mais especificamente contra os cearenses, ali representados pelos torcedores do Ceará Sporting Club.
Antes de tudo, quero dizer que não sou torcedor do alvinegro de nossa capital, tampouco do rubro negro do Rio de Janeiro. Sou sim, acima de tudo, nordestino e essencialmente cearense, com direito ao orgulho natural de sê-lo, de cultuá-lo e de ufanar-me, onde quer que eu esteja, por essa sublime condição.
O preconceito contra nordestinos é algo que denigre um país que se diz democrático, laico e desarmado de quaisquer afrontas a raças, credos e naturalidades. Ao longo dos anos, constatamos correntes cíclicas, movidas por paixões as mais diversas, que visam diminuir os nordestinos, dando-lhes uma condição inferior aos nascidos no eixo sul/sudeste em todos os segmentos sociais.
Pergunto-me, sempre que leio ou escuto tais sandices: onde reside, precisamente, a raiz desse preconceito? O que move esses grupos racistas e baseados em quê se colocam superiores aos nordestinos? Fatores econômicos? Culturais? Políticos? Sociais? Qual a história do Brasil que aprenderam e quais as páginas que arrancaram?
O texto a que me refiro, postado no globoesporte.com, por Arthur Muhlemberg, sob o título de Fundamental é Mesmo o Amor: É Impossível Ser Mengão Sozinho (a correção gramatical foi feita por mim, um dos “analfabetos” citados pelo autor), está eivado de expressões racistas, preconceituosas contra a torcida do CSC, extensivas aos cearenses, que são, para ele, analfabetos e que lhe incomodam pelo fato de se utilizar da internet para expor seus pontos de vista. ”Maldita inclusão digital” é o termo do qual o autor se apropria para destilar sua peçonha contra os cearenses. Coloca o Clube de Regatas Flamengo como o justiceiro, que está acima de todos os povos, os torcedores tão superiores a ponto de não perderem seu tempo alfabetizando os noiados ( expressão chula, comum aos maconheiros )aficionados do ceará e cearenses e o grande vencedor do embate que aconteceria naquela noite .O seu time, pela simples condição de ser carioca, seria o virtual campeão do torneio, e aquele embate um desafio menor, posto que contra um timezinho do Ceará.
Pois muito bem, Arthur, para sua desventura, a tal carroça segue em frente. O seu time, que foi recebido por alguns poucos torcedores, conheceu o gosto da verdade, da união, da humildade (virtude que só os grandes têm). Capitulou em terras alencarinas como dantes o fizera em sua cidade e diante de sua quixotesca torcida. Rendeu-se ao mais forte, mais sólido e menos mentiroso. Tombou diante daquele defenestrado pela Rede Globo, fazendo-a calar-se , assim como os medíocres, como VOCÊ, que só enxergam no preconceito a confirmação de sua inferioridade. Saiba que os nordestinos são superiores a vocês em tudo e não precisam da sua “maldita inclusão digital” para provar. Em todos os campos, temos representantes ilustres.
Sabe, Arthur, eu bem poderia responder-lhe chamando-o de idiota, analfabeto ( leia o seu texto), ridículo, hipócrita, mentiroso, beócio, perrengue ( não no sentido que você utilizou em seu texto), enfim, gastando todos os adjetivos que lhe pudessem mostrar a sua inferioridade humana., Para quê? Essa verdade já lhe é inerente e os vermes morrem queimados pela sua própria gosma.
Ao contrário, convido-lhe para um passeio pelo nosso Estado, se você tiver condições financeiras para tal. Venha conhecer nossas belezas, nossa cultura, nosso povo e a verdadeira civilização humana. Aqui os flamenguistas são iguais a você : biltres. Aqui os torcedores do Ceará, Fortaleza e demais clubes são homens, são honestos, dignos. Aqui, os cearenses trabalhamos e temos orgulho de nossa condição de fortes, inteligentes, empreendedores, cultos, verdadeiros seres humanos. Aqui não temos preconceitos e não nos propomos a ser os mestres. Já o somos por natureza.
Venha, Arthur, venha nos conhecer. Venha saber o que é uma peixeira no bucho de um “Fí” duma égua; um bofete no meio dos cornos, o que é espichar uma tripa, o que é ter uma caganeira braba por medo. Venha, Arthur, venha encarar um cearense cabra macho, uma cabra escroto e se pelar de medo. Venha, aqui o sol lhe espera com ansiedade e nossos olhos querem saber qual a cor do seu sangue, se é que você tem. Venha, Arthur, quem sabe aqui no Ceará, após uns dez ou doze séculos de existência, você, todos os preconceituosos do sul e sudeste e torcedores do flamengo aprenderão a ser HOMENS.
Por fim, devemos nos unir, nordestinos, termos um pingo de vergonha na cara e colocar esses miseráveis sulistas nos seus devidos lugares. Se eles querem prosseguir com essa ridícula campanha racista, explicitemos nosso nojo e repúdio a todos eles. Não precisamos de ação da OAB e afins, precisamos de coragem e propor a separação de fato e tratar esses imbecis como bandidos, bucéfalos, tralhas humanas, gozando festivamente a morte diária de cada um deles. Façamos com que esses medrosos se calem diante da ponta de um punhal e lavem a boca antes de pronunciar a palavra NORDESTE.
Realmente, “fundamental é mesmo o amor: é impossível ser mengão sozinho”. Imbecil, também. Com licença, Tom.


por Braz

http://catadoradeversos.blogspot.com/

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