sábado, 16 de julho de 2011

Irmão Saulo


Então Ananias foi, entrou na casa, pôs as mãos sobre Saulo e disse: “Irmão Saulo.” Atos 9:17


Fernando Pessoa disse: “O valor das coisas não está no tempo que
elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem
momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.”


Um momento inesquecível na vida de Paulo foi aquele em que ele
recebeu a visita de Ananias, três dias depois de sua conversão. Ao
receber a incumbência de conversar com Saulo, Ananias reagiu como
qualquer um de nós reagiria. Tinha suas reservas. “É isso mesmo, Senhor,
que Tu queres? Ele perseguiu o Teu povo e lançou homens e mulheres na
prisão!”


Como seria sua aproximação e qual seria o tom de sua conversa
com a pessoa responsável pela morte de muitos dos seus amigos, pessoas
que haviam estado lado a lado com você na igreja, cantando hinos e
participando do culto?


De sua parte, Paulo se perguntava: “Como vou ser recebido pela
comunidade cristã? Será que vão me deixar em quarentena para ter certeza
do que aconteceu comigo?”


Saulo estava orando, enquanto aguardava a visita de alguém
dentre os cristãos. De repente, sem esperar, sentiu uma mão tocando-lhe o
ombro. Em seguida, ouviu palavras que jamais ouvira antes: “Irmão
Saulo.”


Como perseguidor, ele não merecia tais boas-vindas. Ele também
não esperava ser abraçado pelas pessoas a quem perseguira. Portanto, ele
nunca se esqueceu daquele gesto e daquelas palavras.


Ao tocar Paulo no ombro, Ananias estava dizendo: “Eu o aceito. Estou com você. Vai dar tudo certo. Não se preocupe.”


Henry Drummond escreveu certa vez: “Quantos pródigos são
mantidos fora do reino pelo caráter frio, desagradável daqueles que
professam estar dentro.”


O evangelho nos resgata do medo de ser rejeitados. Jesus foi
mestre na arte da aceitação. Somos convidados a demonstrar essa
aceitação no olhar, no tom de voz, no sorriso, no toque, no aperto de
mão. Hoje, como extensão de Seu ministério, a igreja deve dar
boas-vindas aos Saulos, Zaqueus, Madalenas e mendigos do caminho, pois
Ananias seguiu o exemplo do Mestre.


Com essas duas palavras e com seu gesto de aceitação, Ananias
estava plantando no coração de Paulo a semente da graça de Deus.


No fim de sua vida, Paulo escreveu: “Essa afirmação é fiel e
digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os
pecadores, dos quais eu sou o pior’” (1Tm 1:15).

Enviado por Fatinha Gregório via orkut

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