A beleza feminina foi assunto que sempre interessou a todos os povos, em todos os tempos. Os povos primitivos criaram um culto religioso, fascinados diante da graça e encantos da mulher.
A mitologia grega diviniza a mulher em Afrodite, nascida das ondas da espuma alvíssima dos mares, na hora em que o sol nascente tinge de oiro e rosicler, a corola das flores e a fimbria dos montes.
Onde, porém, a beleza feminina teve seu o melhor reconhecimento foi na cultura humanista. Escultores, pintores, poetas, músicos, encontraram, nos encantos da mulher, fonte perene de revelação artísticas e de inspiração literária.
As obras-primas da escultura ou da pintura, da literatura ou da música tiveram a mulher como inspiradora. A Vênus de Milo, a Danae de Rembrandt, a Maja de Goya, a Gioconda de Da Vinci, as melodiosas estrofes de Petrarca ou as árias tempestuosas de Bach nasceram das fascinações e encantos femininos, na alma e no temperamento dos artistas.
Cavaleiros medievais esculpiam, no copo das suas espada, a efígie das suas bem-amadas e por elas corriam terras e afrontavam agravos. Helena, com a sua beleza, provocou a guerra de Tróia, de que os versos de Homero imortalizaram os feitos heróicos e a beleza fascinadora.
E assim viveu sempre a humanidade de sonhos e idílios. De inspirações e de heroísmos até que a beleza feminina se desfigurou com a propaganda comercial dos concursos de misses.
A beleza feminina não é apenas encanto do corpo. É também beleza espiritual, que se retrata e se transfigura na moldura do corpo. Toda força misteriosa, que embeveceu poetas e artistas, nasceu, sobretudo da delicadeza de alma de mulheres, que criaram com as suas virtudes, na alma dos seus enamorados, generosidade e amor, bondade e ternura, carinho e afeição, que se traduziram em versos e música, em debuxos de pincel e em golpes de cinzel.
Hoje são fotografias que desnudam as mulheres, por fora, e reportagens que as despem, por dentro, criando paixões voluptuosas que aniquilam e matam os estros da inspiração e da arte.
Padre Vieira
Escritor varzeaalegrense do seu livro sem cortes sem recortes.
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