quarta-feira, 18 de maio de 2011

Observador do Invisível


Contemplo o silêncio da imensidão escura
Minha perplexidade é alvo das estrelas
Um sentimento profundo de pequenez me atormenta
Bebo a escuridão como se fosse um elixir do improvável
Um confortável sinal da presença espiritual no mundo
Não há limites para a imaginação, para o adentrar-se a universos sombrios
Tenho me recriado a todo instante, me recolocando no espaço cósmico
Nessa inacreditável história de se estar na subseqüência de presentes
Ás vezes sou apenas experimento do caos, outras, desenho espiritual do movimento
E em muitos outros momentos, um solitário observador do invisível
Como se esperasse um lampejo de luz , que pudesse clarear meu próprio sol
Sou ave de um céu inimaginável, flutuante fragmento de uma explosão distante
Um pedaço de nada, vagante, sem fado, pedra faminta de gravidade
Um grão de luz, acesa por um lanterneiro chamado amor
Fagulha pensante, que elege os momentos como únicos
Urgentes oportunidades para triturar o universo e sugar seu néctar
Tragar sua essência, sorver sua lógica, engolir de vez sua razão de ser
Mas o silêncio sideral sempre reverbera em mim
Talvez cada um de nós seja essa ilha universal
Esse reverberador do todo, que se fragmentou na consciência da própria finitude

Paulo Viana

www.falaportal.blogspot.com

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