sexta-feira, 15 de julho de 2011

CENTENÁRIO DE MUNDINHO DO SAPO


Um pouco atrasado
Mas venho registrar
O centenário deste homem
Simples do meu lugar
Que veio ao mundo
Para nos alegrar

Em janeiro de onze
Foi a data que veio ao mundo
Para os seus familiares
Foi um acontecido profundo
E os seus pais o batizaram
Com o nome de Raimundo

Mas a Várzea Alegre o conheceu
Pelos seu jeito irreverente
Brincalhão e espirituoso
Alegrava a toda gente
Aonde ele chegava
Ficava tudo mais contente

Ana, Eulina e Isabel
Foram suas companheiras
Que fizeram companhia
Pela sua vida inteira
E quando ele nos deixou
Ficou a saudade matadeira

Foi no ano de noventa e quatro
Que o guerreiro foi descansar
Das lutas dessa ilusória vida
Mas ele pode nos deixar
Um exemplo de homem de bem
Que soube na vida lutar

Se vivo estivesse
Agora nesse ano
Era seu centenário
Com as graças do soberano
Mas está com Deus agora
em paz no outro plano

Eu há dois anos atrás reclamei em público que a Várzea Alegre esqueceu de homenagear, o centenário de um homem importante para o município, que foi Hamilton Correia. E eu quase ia deixando passar em branco o centenário de uma pessoa que tem muito mais valia e prestígio pra mim do que tantos outros. O tio Mundinho era muito brincalhão, espirituoso e de um repente incrível, não deixava passar nada.
Quando criança, eu tinha um sonho grande de conhecer, minha avó adoeceu e seu tratamento seria em Fortaleza, e precisava de uma companhia para ir com ela até a capital, fui escolhido para lhe acompanhar, Sentia que meu sonho estava preste a se realizar. Mas ao chegar lá, as coisas não fora como havia pensado, a tia Eulina já tinha falecido, o Zé doente e os outros alegaram não terem tempos, pois estavam estudando e trabalhando, nisso bateu-me uma tristeza profunda, minha avó pressentiu minha aflição (ela já tinha me levado na esperança de poder ver o mar, pois ela sabia desse meu desejo). O tio Mundinho Chegando para minha avó, procurou saber o motivo de minha tristeza, pois eu sempre fora um menino muito esperto e brincalhão, e a minha avó me contou o motivo desse meu abatimento. O tio Mundinho se comprometeu que no outro dia me levaria pra conhecer o mar, ele disse mas é lógico que vou levar, os meninos não levam por que não querem mas eu levarei. E ele cumpriu o prometido e me levou a praia. Foi a primeira vez que contemplei aquele mundo infinito de água, da qual me deixou extasiado. Pois todo mundo do interior sabe que o sonho de uma criança, é conhecer o mar, correr nas areias branca e escaldante, e mergulhar naquelas águas salgadas, e esse simples sonhos que pra muitos é besteira, eu devo a ele, pra outros não tem grande importância, mas eu guardei esse momento e essa gratidão até os dias atuais. E nesse ano de dois mil e onze, essa data não poderia deixar passar em branco, pois sempre fui muito próximo a ele, já que ao enviuvar pela segunda vez, quando ele vinha passear em Várzea Alegre, sempre se hospedar lá em casa, depois ficava alternando na casa de parentes, nesse ano se vivo fosse estaria completando cem anos de vida, cem anos de uma vida pautada de amor e muita alegria.
Raimundo Alves de Menezes, nascido no dia 28/01/1911 na cidade de Várzea Alegre filho de José Raimundo de Menezes (Zé do Sapo do Roçado de Dentro) e de Raimunda de Morais Rego (Uninha) sendo ela tia paterna de seu esposo, e o Mundinho era o filho caçula desse casal. Faleceu no dia 19/03/1994 também na cidade de Várzea Alegre.

Israel Batista

*Ofereço essa postagem a todos os seus filhos, netos, bisnetos e todos seus parentes e amigos que poderam contar com a sua presença amiga

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