quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A Estrela de Davi é um símbolo maçônico ou satânico?


Escritores, articulistas e pregadores do nosso tempo têm verberado contra Israel, acusando-o de oprimir os pobres palestinos e estar por trás das sociedades secretas. Alguns chegam a dizer que Salomão era satanista, e seus livros — constantes do cânon veterotestamentário —, satânicos! Tal conduta é influenciada pelos partidários da escatologia aterrorizante, que se opõem ferrenhamente a Israel e aos seus aliados (principalmente, os Estados Unidos).

Para quem observa a Palavra de Deus não há nenhuma novidade no fato de Israel ser odiado pelo mundo sem Deus. O que impressiona é ver cristãos (cristãos?) indignados contra Israel e aplaudindo o crescimento do terrorismo financiado pelo extremismo islâmico.

Os pregadores do terror não conhecem a história do povo de Israel. E demonstram desconhecer a verdadeira causa dos conflitos árabe-israelense e israelo-palestino? Se conhecessem a importância do povo israelita e de seu futuro glorioso (Rm 11), não alegariam que o governo norte-americano e a ONU protegem os judeus e prejudicam os seus inimigos, a mando dos bilderbergs.

Não existe um país que tenha sofrido mais sanções e advertências das Nações Unidas que Israel. Se os judeus são os protegidos dos bilderbergs — que, segundo os conspiracionistas, estão no controle de todas as coisas, inclusive da mídia —, por que documentários, reportagens, filmes e novelas apresentam Israel como o vilão dos conflitos árabe-israelense e israelo-palestino?

Pastores que costumam expor bandeiras de vários países em seus denominados cultos de missões, depois de assistirem a DVDs ou vídeos contendo teorias da conspiração, resolveram banir todo e qualquer símbolo de Israel de dentro dos templos, sobretudo a bandeira. É evidente que os cultos evangélicos não devem se tornar judaizantes, pois o cristianismo não é o mesmo que o judaísmo (Gl 1-4). Entretanto, devem os cristãos odiar o povo escolhido por Deus?

Quando Jerusalém foi destruída pelos romanos, no ano 70 d.C., muitos pensaram que os israelitas desapareceriam da terra, assim como outros povos. Contudo, mesmo sem território próprio e sofrendo terríveis perseguições, chegaram ao terceiro milênio como o centro das atenções. Depois de eles terem sido espalhados entre as nações, por desobediência a Deus (Dt 4.23-28,63,64; Lc 21.24), começaram a voltar à Palestina, e o Estado de Israel foi estabelecido, em 14 de maio de 1948. Tudo isso estava previsto nas Escrituras. O mesmo Deus que espalhou os judeus havia feito uma promessa de reuni-los em sua terra (Dt 4.30; 30.1-6).

Os palestinos são povos árabes que formavam a população nativa da Palestina antes de 1948 — não confunda com os filisteus, que habitaram essa região nos primórdios. Depois de expulsos da Jordânia, em 1970, os palestinos perpetraram repetidas ações terroristas contra as cidades e colônias agrícolas israelenses, causando danos físicos e materiais. E, a despeito de Israel e a Autoridade Nacional Palestina (ANP) estarem constantemente buscando a paz, ela nunca se estabeleceu.

Em 1987, jovens palestinos, cansados da ocupação israelense e da apatia da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), liderada por Yasser Arafat, resolveram atacar com pedras os soldados de Israel nos territórios ocupados de Gaza e Cisjordânia. Essa foi a primeira iniciativa para a criação da organização terrorista Hamas (acrônimo de Harakat Al-Muqawama al-Islamia), um movimento de resistência islâmica sustentado por extremistas muçulmanos milionários.

O Hamas não é apenas um grupo terrorista isolado. Ele representa todo o mundo muçulmano, especialmente os aiatolás de Teerã. E o Irã tem atacado Israel de modo indireto para adiar o anunciado ataque preventivo dos israelenses às instalações nucleares iranianas. Teerã não reconhece o Estado de Israel, mas sabe que a sua tecnologia bélica é de ponta e que as suas forças militares estão entre as mais bem equipadas e treinadas do mundo.

Na Palestina há judeus, cristãos, árabes, drusos, etc. Mas os fundamentalistas islâmicos, ignorando essa diversidade, pregam o fim do Estado de Israel e sua substituição imediata pelo Estado palestino. Os líderes do Hamas são jihadistas e estão dispostos a morrer pela causa que defendem, desde que matem muitos israelenses ou seus aliados. Entre 2000 e 2004, essa organização terrorista vitimou quase quatrocentos civis na Palestina.

Diante do exposto, é estranho ver expoentes cristãos (cristãos?) defendendo a causa dos palestinos e satanizando Israel. Aliás, esses pregadores de teorias da conspiração afirmam que os israelenses, com a intenção de dominar o mundo, criaram a maçonaria e a illuminati. E chamam de demoníaco o Escudo de Davi (hb. Magen David), mais conhecido como Estrela de Davi (hb. Kochav David), um dos símbolos mais respeitados pelo Estado de Israel.

O Escudo — ou Estrela — de Davi constante da bandeira de Israel tem origem no Antigo Testamento (Gn 15.1. Sl 18.2, etc.). Ele se assemelha a uma estrela de seis pontas porque foi criado a partir da letra hebraica dalet, a qual possui formato de triângulo e aparece duas vezes no nome do rei Davi (hb. David). O símbolo israelense nada tem a ver com pirâmides maçônicas ou com a imagem de um ser demoníaco da Idade Média parecido com um bode, em cuja cabeça há uma estrela de cinco pontas, e não seis.

São muitas as contradições dos pregadores do terror. Eles se opõem ao povo escolhido de Deus — Israel (Êx 19.5,6) — e demonizam os Estados Unidos, uma nação democrática e originalmente cristã. Ao mesmo tempo, nada dizem a respeito das más ações de políticos ligados a países com regimes ditatoriais, antidemocráticos e perseguidores dos cristãos (Cuba, Venezuela, China, Irã, Síria, etc.), além de não se oporem a movimentos terroristas, como Hezbollah, Hamas, Al Qaeda, Taliban, etc.

No afã de convencerem a todos de que as suas teses infundadas são verdadeiras, os adeptos da escatologia aterrorizante se baseiam em teorias da conspiração e em obras fraudulentas, como Os Protocolos dos Sábios de Sião, um livro escrito na Rússia, no auge do comunismo. Antissionistas e, sobretudo, antissemitas, os “terrólogos” arvoram-se contra a nação com a qual Deus firmou um pacto. E fazem inúmeros julgamentos caluniosos, não observando o que o Senhor Jesus ensinou (Jo 7.24; Mt 7.1,2). Ignoram eles que a base do julgamento das nações será o tratamento dispensado a Israel (Mt 25.31-46)?

Ciro Sanches Zibordi

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